Por onde andei

                            Hoje é comemorado o dia do palhaço. E só pra quem sabe o que é viver a arte de ser um palhaço sabe da dificuldade que encontramos pelo caminho. E quando se fala em ser palhaço de hospital, a coisa se intensifica um pouco mais. Ninguém imagina o que a gente deixa trancado no armário do hospital antes de adentrar pelos corredores como sendo um personagem que na real é mais a gente mesmo do que aquilo que acreditamos que somos lá fora. É a sensibilidade, é o amor, é a vontade em  querer ver a felicidade no outro, tratando da vida com o que ela tem: uma sequência de momentos alegres e tristes.                          E que a gente continue assim, desafiando a ordem, sabotando os pensamentos lógicos e racionais, congestionando corredores com desfiles e shows, desenvolvendo a habilidade de ser invisível/poliglota/superstar/príncipes e princesas, se dispondo a fazer algo pelo outro, se fazendo disponível, saindo da zona de conforto e assim, aprendendo muito co

                Ele não sabe mais nada sobre mim. Definitivamente não sabe que a frenética pulsação no meu peito não anda tão acelerada como antes, que eu parei de roer as unhas, que meu cabelo cresceu, que meus olhos estão mais brilhantes, que eu tenho estado concentrada em levar uma vida prática, deixando de lado toda aquela necessidade e obrigatoriedade de amor correspondido. Ele não sabe, mas eu estou simplesmente amando tudo, só que amando ainda mais e acima de tudo, eu mesma e minhas vontades. Ele não sabe mais quais peças de teatro eu assisti neste mês, nem quantas personalidades importantes eu conheci no tempo em que estou aqui, e muito menos ele sabe quantos livros eu li durante essas semanas e quais eu mais gostei. Ele não tem ideia de quais são meus novos interesses, preocupações e ideias, e nem de quais lugares incríveis eu conheci em minhas últimas viagens. Ele não sabe quantas coisas boas eu tenho feito e nem imagina quantos projetos eu tenho podido planejar durante e

Ele disse que ela era uma garota de pouca atitude e foi a gota d’água que faltava naquele limite que ela havia aumentado há tempos. Ele já havia destilado adjetivos bem piores, dentre tantos que ela havia se programado pra esquecer. Mas dessa vez foi diferente. Na hora ela nem deu tanta importância assim, o que ela quis foi comprovar o contrário, mas não por muito tempo. Tratou logo em cumprir o que havia programado para o dia: saiu de casa, foi pra cachoeira com os amigos, depois pegou piscina com outros, visitou a tia numa cidadezinha no caminho da estrada de volta pra casa e encerrou o dia com pizza. O dia inteiro com gente que fazia bem a ela e que achava tudo dela, menos que era chata, grossa ou arrogante. Enquanto voltava pra casa, dirigindo pela estrada, ela pensou sobre tudo o que ele havia lhe falado horas antes, e caiu na real. Ele disse que ela não tinha atitude, mas afinal de contas, quem era ele pra vir falar de atitude? Era ela quem ligava, que se importava, que de

                                                            Você é tão lindo com esse sorriso bobo, com esse jeito molambo de ser rei. E nem por isso você precisa me beijar de novo, nem sorrir pra mim de volta quando eu te olhar assim, sorria sempre para você e não por mim ou pra mim. Esqueça-se de mim, mas não esquece que o seu sorriso é o mais lindo do mundo, e por isso você deve continuar sorrindo sempre, sempre. Eu fiz parte da sua vida, combinei com seu sorriso, conheci sua história, seus medos e inseguranças, seus gritos, revoltas, o lado chato e o lado legal da sua família, aprendi a identificar seus sinais de nervoso, de insegurança e os de desculpas esfarrapadas, conheci os seus diferentes tipos de sorriso, suas manias e seus sonhos. Mas hoje eu sou aquela que faz parte de um passado seu, nada mais que isso.                         Meu desejo é saber que você estará sorrindo sempre, com seus amigos ou com um novo alguém ao lado teu, mas que os sorriso